Autorretrato com a orelha cortada
Alguns artistas da pintura moderna, inconformados com a realidade univitelina da arte e da forma humana, resolveram imprimir às suas obras uma versão distinta das que se podiam ver na época. Manipulando os próprios sonhos, tornaram-se rebeldes. E nunca se sabe ao certo o que se passa na cabeça de um, né?
Nunca se sabe ao certo, também, o que se passa na cabeça de um gênio. Nem na de um burro. Nem se eles se encaixam nessas classificações.
Como se sabe (e se sabe pouco), o pintor holandês Van Gogh teria se suicidado com um tiro no estômago, morrendo dois dias depois. Incompreendido, faleceu pobre e triste. Há relatos que tentam entender a razão do suposto suicídio do pintor, que dias antes era visto sorrindo e pintando quadros belíssimos, mas ali, nada valia, só as suposições.
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Van Gogh pintou autorretratos durante a vida. Alguns representavam o que de fato sua feição manifestava e outros ilustravam vontades e desejos irrepreensíveis. Uma das telas o mostra de chapéu de palha, fumando. Outra, mais fiel, apresenta uma história controversa do artista e destaca sua orelha enfaixada, capturando uma de suas maiores vergonhas.
Reza a lenda que essa tela surgiu após Gogh ter brigado com seu amigo Gauguin. Gogh teria arrancado, propositalmente, parte de sua orelha com uma navalha, embrulhado o pedaço cortado e presenteado uma prostituta de sua cidade.
(O que se passou na cabeça dos dois? Não fazemos ideia! Coisa de louco. Ou de gênio?)
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Lendo um pouco sobre Van Gogh, descobri um artigo bem sintetizado que analisa os autorretratos do pintor correlacionando-os com o seu possível estado emocional e corpóreo. Um retrato dos autorretratos. Entre tantos que podem ser feitos, né?
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Van Gogh, o louco ruivo, antes de morrer, foi por iniciativa própria a uma clínica psiquiátrica. Não havia prescrição detalhada dos conturbados loopings da mente. Segundos os médicos, Gogh era louco (e nunca se sabe ao certo o que se passa na cabeça de um, eu sei).
Apenas a arte o compreendia. Um autorretrato de dentro pra fora.
Eis a verdade dos fatos. E das fotos.
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