Apollo 22

Mais de 300 mil quilômetros nos separam da Lua, nosso único satélite natural. Objeto de desejo por séculos e séculos hoje já não provoca a mesma ambição do passado. Mas a cobiça ainda existe, afinal, ela é ainda um mistério - eis um de seus aspectos mais brilhantes.

Na noite de ontem, restos de um propulsor de foguetes colidiram com sua superfície, mas não, nada aconteceu de grave; na prática, só um pequeno arranhão. Em um filme lançado recentemente, entretanto, o impacto é diferente. Na história, a lua sai de sua rotação convencional e parte em direção à... Terra! Nem o casal mais apaixonado sonharia com esse encontro!


George Méliès, um dos inventores do cinema moderno, criou o que viria a ser a viagem mais fantástica do mundo. Tudo isso em 1902, no início do século, com tecnologias que hoje caberiam em um smartphone. Na narrativa, o ser humano, enfim, chegava à Lua! Uma Lua, aliás, com feições e gestos, quase uma bolacha de leite com olhos e boca. 

Do filme até o "um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade" longuíssimos 67 anos passaram entre sonhos, planos e devaneios. Chegar até lá fez parte de uma frenética corrida política entre duas grandes nações que... bom, melhor não falar sobre isso, né?

Depois de chegar do trabalho, num dia longo e tenso, fui presenteado com um céu intenso e vermelho. Corri para fotografar aquele ambiente que, por si só,  já era um cenário, um presente. E, para minha espacial surpresa, eu havia feito uma foto absolutamente especial.

A Lua estava sorrindo para... Marte e Vênus. E não se trata de um filme, esse evento astronômico, de fato, aconteceu nesse dia. Por sorte - e por estar acordado às 05h - consegui capturar esse encontro. Conheci dois planetas... pela primeira vez. Os pontos luminosos mais bonitos que já vi. Meu dia - já transformado em noite - ganhou espaço.

Outra surpresa: como presente de aniversário, eu havia ganhado uma luminária. Já sabe, né?

A maré estava pra peixe. Coisas da Lua, você sabe.



abraços!
março 05, 2022