A praça de Ronnie Von

cá estou eu,
sentado num banco 
que sentado numa praça
me faz companhia

chove, faz frio
e dentro de minha alma
um suspiro lento
e incalculável

há poucos metros de mim,
o castelo das incompreensões
animais dóceis, estrada sem fim
e um sentimento sem igual

junto comigo, 
caminhou aqui
além de minhas pernas
minhas angústias e medos

para onde vai o amor?
de que valem as paixões?
amar e não poder falar
é escrever uma carta em branco

escrevo, escrevo e escrevo 
para dar luz a sombra
que permeia o meu peito
que escurece o meu gesto

reescrevo, reescrevo e reescrevo
para enobrecer o meu ato
para dignificar o que sinto
para me restabelecer

nunca entendi a frase "morrer de saudade"
até morrer.



Março de 2020